sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dias de chuva

Acordo e vejo o sol,
Sei muito bem o que fazer,
Com ou sem você.

Tem a me esperar,o mar.
Nadar,remar,surfar.
Cair,submergir,continuar,
Do mar sair e,
Admirar que o sol me traz.

Contudo,
Se amanhã nascer chuvoso,
O que farei?
Por onde andarei?

A misteriosa chuva,
Traz a surpresa,
A incerteza de um ato,
Vontades que vem ao acaso.

Ou melhor,
Vontades que caem do céu,
Por cada nuvem desenhada.

Posso ir muito bem de novo à praia,
De terno ou de jaleco.
Perder-me em poças d'água,
Brincar,amar,correr.
Ficar molhado e não me enxugar.
Cantar desafinado em frente ao seu condomínio,
Mesmo que Abel , Lacerda,Maria ou Cabral esteja dormindo,
E mesmo que eu não entenda mais o que raios escrevi,
Já que a chuva borrou minha folha inteira.

Poderia trazer flores,
Roubadas dos mais belos jardins do centro ou do alecrim,
As mais encharcadas.

Poderia tirar minha roupa inteira,
Mostrar seu nome tatuado,
A água da chuva a gelar meu corpo(de gelo eu entendo),
Por mais que em vão,
Pois ele arde em prazer e amor por você.

Casar-me nesse dia seria perfeito.
Entrar na igreja,
Ensopado,bagunçado,
Você me olha com seu véu e grinalda,
Adocidada,perfumada e arrumada
e...
Sinto-me que serei abandonado aí.

Daí você fala:
-Amor,diga logo sim pra mim!
Que minha lua de mel será na chuva.

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