quinta-feira, 26 de julho de 2012

O adeus do que não chegou.



Diga as últimas palavras,
Antes de eu ir,sim.
Lave as mãos,
Com suas próprias lágrimas.

Intermináveis horas fiquei a pensar,
Tentando,
Inflamando,
Infeccionando.

Mudanças que não vieram,
Com o tempo
E com suas mudanças.

Só quero ir,
Não olhar pra traz,
Segurar nos braços do vento,
Que me leva daqui.

Talvez você não me entenda,
Ou você realmente não escute,
As batidas tristes,
De um coração em devaneio.

Acredito que não me reconheças mais.
Terei várias faces,
Mas todas só mostrarão,
3 horas da tarde,
De um verão comum.

O meu desespero,
Deixo para meu travesseiro,
Que entende meu choro,
E não me acha louco.

Os dias vão passar,
Se vão.
Só que não.

Sou desses,
Que se arrepende,
Mesmo depois de ter enterrado,
Tudo que sentia,
Num abismo.

Partir é mais fácil,
Do que enganar a si mesmo.
E eu me enganarei,
Por muito tempo.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O alpinista da fé.



Era uma vez uma montanha,
Verdadeiramente alta,
E evidentemente,
Poucos se aventuravam.

Aos pés dela,
Amigos, diversão,
Uma festa,
Uma só alegria.

Mas e eu?
Eu não estava feliz.
Faltava-me algo.

Olhei fixamente para todo aquele relevo,
Aquela altura, que mal se podia ver seu cume.
Pensei: Vou escalar.

Algum dos meus amigos, irá comigo?
Ninguém me olhou.
Algumas risadas, alguns desdéns,
Estavam um pouco ocupados,
Ou enfadados,
Com a minha idéia.

Decidi levar quem aceitou ir comigo,
Meu terço e minha bíblia.

Então comecei...
E quanto mais eu subia
Menos conseguia ver quem ficou,
E de longe ainda dava pra ouvir o barulho,
Que aos poucos silenciou.

Comecei a me sentir só.
Mas notei,que a cada vez que eu caminhava,
Deparava-me com diversos animais,
E uma beleza de flores e árvores que me observava.

Cada folha que caía sobre mim,
Tinha seu nome misteriosamente desenhado,
E eram muitas...

Perdão, amor, fé, sinceridade,
Valorizar o próximo, fraternidade,
Ser leal, amigo e afetividade.

Eram tantas,
De diversos significados,
Confesso, outrora não conhecia,
Seu tamanho, sua forma, sua beleza,
Sua sincronia.

Tive cansaço, resolvi parar.
Senti falta do mundo que conheci,
E então resolvi descer.
Mas,antes de descer,
Olhei pro céu e rezei.

Meu Deus e agora?
E ele fez interceder,
E eu parei de esmorecer.

E então me fez reerguer.
Voltei a subir,
Com toda a fé que eu tinha,
Pouca talvez, mas era o que eu tinha.

Novamente ouvi sons,
Com notas musicais um tanto incomuns.
Eram pássaros,
Marcando meus passos,
Junto comigo,
Com seus assobios,
Cantando sem cessar.

Já não me sentia tão só,
E agora,
 enfim cheguei,
Apenas no meio da íngreme montanha.

Uma breve leitura bíblica,
Um salmo, um provérbio,
Evangelho de Lucas, de João,
Palpitaram meu coração,
Lançando força,
Para continuar.

E então segui.
Começou a chover,
Forte,intenso,
quase impossível continuar.

Nos meus bolsos encharcados,
Meu terço,
Nossa Senhora, mãe...

Fez-me entender
 Que a chuva não venha a dificultar,
Difícil eram meus pecados não serem lavados,
Purificados, e meu ser, renovado.

Sim...
Muito aprendi, muito tenho a aprender,
A escalada continua.
E por mais longe e distante que parece ser o topo,
Sei que chego lá.

Talvez só por nós mesmos,
Muito seja difícil conseguir,
Mas com Deus o pouco se torna muito,
O fraco  se torna resistente,
O descrente se torna confiante.

E com a graça de Deus,
Irei persistir,
Na chuva, no cansaço,
No desânimo...

Talvez meu corpo caia,
E se cair, que seja de joelhos.

Muitos zombaram e vão zombar,
Muitos disseram que eu  morreria antes de chegar na metade,
Mas o senhor me guiou, e me guiará.

Lutei, lutarei,e hei sempre de lutar.
E a minha verdadeira história
Será exaltada na glória.





sexta-feira, 13 de julho de 2012

O frio,a chuva e nós.



E esse frio?
E essa chuva?
E minha companhia?
E a tua que lê estes versos?

É,estamos na mesma situação.
Talvez,tu que lê,
Quer-me o tanto quanto te quero,
Mas enquanto escrevo pensando em você,
Você lê pensando em mim.

Uma noite bela a dois,
Enquanto muitos a dois não se satisfazem.
E nós?O que será de nós?

A solução seria...
Cair na gandaia?
Beber?
Procurar amigos?

Não,vamos fazer assim.
Fecha seus olhos daí,
Que eu fecho os meus daqui.

Vamos pedir para que Deus nos una.
E enquanto a chuva cai,
Que os pingos limpem todas as mágoas do passado,
Então  limpos,molhados e amados,
Amar-nos-emos.

Quem sabe,
Não saímos juntos sem destino certo?
Pegamos um guarda-chuva...
...O menor, e caminharemos bem juntos.

Mas sabemos que não estamos juntos,
Então eu...

...escuto o barulho da chuva,
Escuto tua voz no telefone,
Escuto meu coração bater,
E escuto Deus dizer,
Por esses dias vocês irão sobreviver.

Porque o que é nosso,
Está bem guardado,
Nas chuvas e frio,
E até na neve.

Falta criatividade pra continuar,
Pois o resto dos versos está deitado ao meu lado na cama.
Seu lugar,você.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O abraço



Sim!Ganhei um abraço e um sorriso.
E meu coração ganhou uma batida mais forte.
Meu sorriso ficou mais largo.
Meus versos tiveram mais sentimento.
Meu corpo está medindo 40 graus.
Meus passos estão mais lentos.
Meu olhar mais atencioso.
Meu olfato mais delicado.
Minha pele mais limpa.
Minha serotonina mais liberada.
Minhas aulas mais empolgadas.
Minhas piadas mais engraçadas.
Meu poço com mais molas.
Minha quedas com mais colchões.
Minhas feridas com mais Neomicina.
Meus lábios mais sedentos.
Meus neurônios mais apaixonados.
Meu vazio mais preenchido.
Minha tristeza mais derrotada.
Meu pensamento mais você.
Minha vida mais você.

E você,me deu outro abraço.
E tudo recomeçou.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Gosto de quem gosta mais do que gostar.


E então vem aquela linda declaração de amor,
Naturalmente,sem ser olhando nos olhos,
Tú proferes a famosa frase: - Eu gosto de você.

Sim,claro.
Ajudada pela boa e velha gramática,
Tu acrescentas conhecidos advérbios,
Do tipo: bastante, muito,
Como se isso fosse tirar todo o meu tédio.

Tédio de “gostares”.
Porque gostar é passageiro,
Passa e passa ligeiro.

Enquanto a donzela,
Fica no belo e limitado gostar,
O bom trovador espera, espera...
Espera, a maré desce,a maré sobe,
E ele esperando pela famosa paixão ou amor.

Até que ele muda,
Ou decide ir embora,
E então a fofinha não vai entender.

Ah!Mas o amor vem,
Infelizmente o pneu da carroça que traz,
Furou.Mas vem!

Uma boa dica...
Pega o seu sentimento gostar,
E Enfia no centro do seu...
Pensamento.
Enfiou?
Agora tira a nádega da cadeira,
E vá me ver,
Com a rosa de plástico mais linda que você encontrar no seu jardim.

E se declare, se arrisque, se jogue.
E tenha certeza,
Que nessa loucura,
Só nós entenderemos.

Pra quem só gosta,
Enfim.
Pra quem tem algo a mais,
Não terá fim.
Criou coragem ou ficará parada e dura,
Feito um marfim?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Levitando...



E eu estou flutuando,
Voando,
E logicamente,
Meus pés estão longe do chão.

Deus me deu um dom,
De escrever,
De imaginar,
De idelizar,
E de te trazer pra perto de mim,
Em cada milésimo de pensamento.

Aqui Estou eu,
Num dia chuvoso,
Armando uma rede,
Trazendo um bom vinho e dois copos.

Fico pensando qual filme você gostaria de assistir,
Um suspense,
Ou um romântico,
Semelhante ao nosso amor.

Fui ao jardim da casa,
E me perguntei,
Qual flor,
Encaixar-se-ia perfeitamente,
No deslizar das suas costas?

Onde estão meus medicamentos?
Caso você adoeça,
Quero cuidar de você.
E se você perder os cabelos,
Na enfermidade te acompanharei,
E rasparei os meus.

Lembrei que lá fora chove,
Vou tirar minha camisa,
Levar aquele banho de chuva,
Pegar talvez uma pneumonia,
Mas ter a certeza que na minha companhia,
Você estará bem acolhida.

Ao terminar os versos,
Deparei-me com eu sozinho no quarto.
Tristeza?
Não, talvez você esteja voando comigo,
No lugar onde você está.