sábado, 26 de dezembro de 2015

Um dia na praia, mil dias no infinito.



O mar que mergulho,
que remo,
que nado,
que afundo.

O sol que me ilumina,
me aquece,
me protege,
me apresenta a você.

Eu olho para trás,
Nas ondas que vêm e vão,
No sorriso que me desperta algo mais,
e acelera meu coração.

Entre poucas palavras,
restou a vontade de estar ali,
te olhando sentada na areia,
de meio dia e meia noite e meia. 

Nos dias seguintes,
ao entrar no mar,
imagino você,
na praia a me amar.

E na desesperança da sua partida,
encontro uma saída,
pra te esperar,
e teu sorriso aguardar.

Azul da cor do céu,
das águas, de você,
e aos anjos agradecer,
eu te conhecer.


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Distantes colados.


Uma distância,
tão grande,
quanto a tua importância,
na minha vida dançante.

E confesso que já dancei muito,
já caí duro,
mas me levantei,
e estou aqui com tudo.

Deixo o som do rádio tocar,
venha comigo a bailar,
faremos de nossos lençóis o salão,
seremos de dois uma só canção.

De fato longe de ti estou,
e muito mais distante,
de absolutamente tudo,
que não seja o teu mundo.

Então apenas pegue na minha mão,
pois da tua prometo não soltar,
até nossos lábios,
se tocarem no altar.




quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Quente sem calor.

"Sem entregar,
 a minha alma não transpassar,
 e meu suor não juntar ao teu,
 parecendo até que romeu pereceu.

Que entre sussurros supostamente verdadeiros,
achava eu derradeiro,
nós dois,
no meio do mundo inteiro.

Engando meu,
num fardo sexualmente enfadado,
de laços,
que não foram entrelaçados.

E aqui te olho depois do ato,
Você ao meu lado,
tão distante,
quanto uma jovem viajante.

Então sequer meu corpo estremece,
e então adormece,
e por mais que teu corpo me peça,
melhor eu vestir as vestes."

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pistas invisíveis


Foram migalhas de pão,
deixados como uma trilha...
...discreta de saudade,
de pedaços de minh'alma.

São músicas,
frases curtas,
versos concisos,
orações diminutas.

Algo que só você reconhece,
oriunda do meu orgulho,
destruído pela sua prece,
e dos desenganos que se sucedem.

Siga,
Siga-me.
Sinta,
Sinta-me.

Não precisa ter medo,
quando você chegar,
estarei no mesmo lugar,
do ponto do seu desfecho.

Na verdade o fim do lado de fora,
é uma estrada infinita,
de um eterno mudo amor,
do lado de dentro.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Não tens idade



"Não tens idade,
 Não tens idade,
 Para amar-me,
 Não tens idade.

 Pelo visto,
 Consolarei-me,
 Em ti só pensar,
 Em imaginar...

  Nós dois juntos,
  Na beira da praia,
  No teu sofá,
  Mas por quê?

 Deixe que viva,
 Um amor tão romântico,
 Pelo menos,
 Na duração de um cântico...

 Mas eu sei...
 Que não tens idade...
 Mas isto não me impedirá,
 De te amar.

 Eu já vivo,
 Sonhando com você,
 E se eu não acordar,
E se eu não acordar,

Não me desperte."

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Estilhaços

Estilhaços que ferem,
Que uma dor conferem,
Pontadas agudas no peito,
Na alma e na calçada.

Estilhaços de um vaso,
Quebrado com recordações,
Do volume mudo de nossas canções,
De um bem ou mal amado.

Estilhaços de uma taça,
Espatifada na parede,
E seu copo de aguardente,
Cheio de um amor dormente.

Estilhaços levados,
Pelo vento como poeira,
das coisas erradas que você cheira,
por aí numa sexta-feira.

Estilhaços de um botão,
Rompido pela pressa,
Do seu short tirado,
Naquele carro às avessas.

Estilhaços de tiros,
No vidro do meu quarto,
Atingindo apenas,
O meu ventrículo ao lado.

 Este tiro foi seu,
Que apenas em mim causou,
Desprezo e ,

Estilhaço.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Dores compartilhadas.



Com uma dor de dente,
Remete-me novamente,
à momentos sumidos e latentes.

Aqui estou eu,
Ao lado da cama,
Em um tamborete.

Não consigo dormir,
Ouço gemidos de dor,
estou preocupado com você.

Mas achei que estivesse olhando,
alguém deitado tão próximo assim,
só que ao meu lado, nada além de mim.

E como uma alma transcendental,
percebo que lágrimas caem,
assinando meu testamento. 

Lamento,
A analgesia afetou também,
o teu amém. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Teus fios.



Lindo amanhecer,
Acordo, coloco os pés no chão,
E partes de cabelos longos e pretos,
Ficam nos meus pés a adormecer.

Lindo amanhecer,
Procuro algo pra varrer,
Os fios pretos da saudade,
Meus momentos de calamidade.

Lindo amanhecer,
E no armário,
Comidas pra mim e pra você,
Gosto com nenhum vocabulário.

Lindo amanhecer,
Em todos os cantos da casa,
Esqueci-me completamente,
De te esquecer.

Lindo anoitecer,
Coloco um fio de cabelo teu,
Para dormir,
Ao lado meu.

Quiçá eu estivesse louco,
Mas é apenas um pouco,
Do meu insistente amor,
Que grita rouco.



sexta-feira, 17 de julho de 2015

Cegos que enxergam.


Que sorte em  enxergar,
De dentro e sentir o mar,
De fora e com toda força,
E de verdade alguém amar.

Querida anônima,
Enxergas como eu,
Com os olhos de dentro,
Deixando seu corpo ser jogado
 contra a rajada de vento.

Também sou assim,
De enfrentar tudo, todos,
De cegar os olhos,
Amando intensamente,
Alguém que não és tu.

A pessoa que me entreguei,
Só enxerga com os olhos de fora,
E acabou perdendo a hora,
do romance.

Queria muito,
Que apenas uma pessoa
Me olhasse com a alma,
Bem devagar e com calma.

Mas isso não aconteceu,
E alguém achar que amarei outrem,
Será meramente,

Engano seu.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

No lado centro-esquerdo do peito





E então fui acertado.
Entre grosseria e mentira,
Tive meu coração dilacerado,
Uma dor  tão conhecida e já amiga.

Amiga porque sempre aceitei ela voltar,
Voltar pra me desnortear,
Como uma canção que estoura meus tímpanos,
E me destruindo no meu mais dentro íntimo.

Amar não é doer,
Mas amar só,
É sofrer,
É adoecer.

Não existe nenhuma droga pra cura,
Quando a cura é estar sentindo dor.
Chorar, chutar o mundo,
Ter o orgulho próprio, desnudo.

São lágrimas,
Que não mais escorrem.
Pois mesmo que elas se formem,

Irão cristalizar, como meu coração.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Por que, João? PARTE FINAL


E chegou o grande dia,
O dia do final feliz,
E quem vê hoje João,
Nem imagina.

João não casou,
João não teve seu Joãozinho,
E continuará pra sempre sozinho.
Feliz por que, João?

Porque ele amou,
Amou com todas as forças,
Com tudo que ele tinha,
Enfrentando a tudo e à todos.

João enfrentou ele mesmo,
Seus obstáculos, preceitos,
Tudo jogado na lata do lixo,
Em nome desse amor perfeito.

Ele sorri,
Lembra dos bons momentos,
Das suas lutas pra ter sua amada,
Da despedida que ele teve tão amarga.

Mas sei lá,
Por certo o orixá,
Fez ele enxergar,
Que isto de fato é amar.

João não se arrependeu de nada.
Encontra-se sentado nessa sala,
Ouvindo sua radiola,
Sentindo gosto de graviola.

Para ele,
Os homens são infelizes,
Pois jamais amarão,
Com a alma e o coração.

Agora ele poderá finalmente morrer,
Morrer feliz,
E quem sabe na eternidade,
Poder viver pela sua amada.

Em qualquer vida que ele tiver,
Estará gravado na sua existência,
Que a ama e sempre a amará,
Podem ter certeza.


Agora eu sei, João.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Silenciosamente imortal.



Não morreu.
Está mais forte,
mais terno,
mais sincero.

Curando as feridas,
Cicatrizando a alma,
Observando o vento  levar,
as lágrimas que farão a poeira baixar.

De uma certa forma,
ele perdeu a fala.
Perdeu endereços,
perdeu adereços.

Mas pelo  menos ele soltou a mão,
do ódio,
do desencanto,
do fim.

Ele vive!
O amor não morreu!
Apenas da sua amada,
se escondeu.

Justo e,

Isto é tudo.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O mal que venceu o bem.

Um grito,
Que venceu um gemido de amor.
Arranhões,
Que dilaceraram uma parede firme de respeito.

Injúrias,
Que venceram a confiança,
Agressividade,
Que derrotou o carinho.

Brigas,
Que venceram as reconciliações,
Acusações,
Que derrotaram  a credibilidade.

Abandonos,
Que venceram os abraços,
Empurrões,
Que derrotaram beijos.

Pesadelos,
que venceram sonhos,
Ódio,
que venceu o amor.

Silêncio,
Que venceu a saudade,
Orgulho,
Que derrotou a união.

E então, luzes foram caladas,

por toda a escuridão.

sábado, 23 de maio de 2015

Conspirações universais


Meu pensamento é forte,
E vai ao longe,
Ao futuro,
ao definitivo,
À você.

Escolhi certa vez um caminho florido,
Com uma linda fauna e flora,
Mas ventos vieram,
Destruíram tudo e fui embora,
Na mesma hora.

Preferi já o deserto,
Com meu cantil de água cheio,
Achei que conseguiria,
Então veio uma tempestade de areia,
E errei feio.

Também preferi mares,
Rios e oceanos,
Com suas calmarias,
Que logo se transformaram em tsunamis,
Que me fizeram abandonar a travessia.

Insatisfeito com tudo,
Busquei o próprio inferno,
Achando que me contentaria com o que não tive,
Mas o diabo me expulsou,
Ou minha vontade de ficar sucumbiu e estornou.

O universo conspira,
E não importa por onde andarei,
Cedo ou tarde,
No mesmo lugar que estive,

Estarei.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Controle descontrolável


Em qualquer lugar,
Eu te quero,
Possuo-te,
e venero-te.

Minhas mãos,
rápidas, mágicas e sucintas,
percorrem toda tua pele,
que é minha.

Quando meu suor,
cola ao teu,
sinto-me impregnado,
por toda a tua alma.

Ver tu perderes a cabeça ,
faz-me esquecer a noção do tempo.
Deixa-me te invadir...
o ano inteiro?

Nasci pra explorar,
com minha boca, espírito,
cada centímetro do corpo teu,
Fazer-te chegar do nada,
ao apogeu.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Inverno


Está olhando pra trás?
Vire pra frente e não chames minha atenção.
Oh! Lembrou-te de algo?

Teu silêncio,
É tão barulhento,
Como uma sinfonia de lágrimas.

Lágrimas que não são tuas.
O que não importa,
já que a vida anda meio torta.

Um frio que corta a pele,
atravessa músculos,
e refrigera o coração.

Não existem versos suficientes a escrever,
Essa baixa temperatura da nossa distância,
Fará até a mais bela árvore congelar e sofrer.

Em zero absoluto
A vida segue imutável ,
E nossas escolhas erradas, inexoráveis.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Por que, João? PARTE 2


De novo, João?
Como tu se prestares a isso?
A ser dispensado assim tão fácil,
a não ter ninguém na sua cama ao seu lado?

Sem estímulo,
sem romantismo,
a donzela mesmo assim reclama,
que João não está como era antes.

Talvez a donzela ache que ele é algum...
programa de computador,
preparado sem sentido algum,
pra apanhar e não sentir dor.

Dias se passaram,
A donzela demonstrou suposta saudade,
João a convidou para estar a noite inteira a seus braços,
mas sua amada preferiu estar em outra localidade.

Sem absolutamente nada a favor pra continuar,
João começa a perceber,
que o amor pela donzela vem a perecer,
como uma árvore que sem cuidados deve morrer.

Será que nosso João é tão desinteressante?
Por quê ele mais uma noite terá como companhia apenas sua estante?
Por quê se entregou,
pra ver seu coração despedaçar tão constante?

Cazuza tinha um partido de coração partido,
Nosso pobre poeta teve seu coração cremado,
Já está passando na hora de ir embora,
Vai agora ou vai continuar mal amado?

Reage, João!
Não merecesses isso.
Neste caso desamoroso,
Sobrevives de migalhas.

Pare de ouvir,
o que sabes que é mentira.
Esperas em vão, o vinho virar água?
Por que, João?


terça-feira, 21 de abril de 2015

Por que, João? PARTE 1


Um verme,
ou simplesmente um ser insignificante.
Dispensável,
Deixado de lado.

João perdeu a cabeça,
gritou, se exaltou,
e relembrou,
tudo que se passou.

Uma conversa entre amigos,
baixinho,
pra ele não ouvir,qualquer desatino.

Retratos não apagados,
das sua donzela amando,
se entregando,
e ele se martirizando.

Imagens de festas,
curtição,
socializando entre bebidas,
coisas  que já não faz o pobre João.

O que ele gosta,
a  donzela acha um saco,
sem animação,
e João se sente desolado.

Enquanto sua donzela rodou o mundo,
ele rodou os livros. 
Aliás ele continua do mesmo jeito,
e conquistar ela, torna tudo sem efeito.

João sabe,
que um certo amigo dela, e passado,
são muito mais interessantes,
do que sua vida para a donzela,frustrante.

Mas ele prefere se enganar,
prefere fingir que é amado,
mas engana-se quem acha João um lascado.
Ele teve o privilégio,
de escolher seu próprio carrasco.

Por que, João?




sábado, 11 de abril de 2015

Versos Finitos


Rabiscando, apagando,
Riscando,copiando,
Arrancando uma pagina,
Escrevendo na seguinte.

O lápis corre rápido,
Por meio das linhas certas,
Do meu futuro incerto,
E de versos perplexos.

Não escuto nada ao meu redor,
E o que vejo,
São apenas folhas brancas,
Repleta de penamentos tantos.

Queri poder compor uma  história,
Com incontáveis linhas,
Tirar tudo da memória,
Tornar minha prosa infinita.

Mas lembrei,
Que terei que rasgar,
Mais folhas outra vez.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Profecias


Quando dois passados marcados...
se encontram...
Deus vem,
junta e reconstrói tudo.

Agradeço deveras às lagrimas caídas,

e tudo que eu sofri.
Os ventos fortes me levaram até você,
e ao meu passado eu só tenho a agradecer.

Um único olhar,

confirmou que sou teu anjo,
que nasci pra ficar,
ao seu lado sempre estar.

Um só abraço,em ti ficar 
,
por uma noite,
e por toda a eternidade.

Não tenhas medo.

É de Deus.
São apenas profecias,
concretizadas nos braços teus. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Ludibriado



Por que acreditei?
Sabendo do que eu já sabia,
Agora um tratamento psicológico farei,
E sem vontade de comer eu morra de anemia.

Já que se você quer,  você vai,
Vá logo,
Pois não serei obrigado,
A mais tempo ser enganado.

Frases que ficam na mente,
Que me farão ficar na tormenta,
De  um desamor,
Que me ludibriou.

Talvez no horizonte você encontre o que queiras,

E no abismo eu  durma na fantasia que criei.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A vitória que não existiu.



Só tinha uma espada.
Não era a excalibur.
Lutando de norte a sul,
Usando como a arma o seu amor.

Encontrou um gigante,
Chorou e tremeu de medo,
Por amor partiu pra cima sem freio,
E derrotou sem devaneios.

Chegou numa cidade,
Devastada por dores.
E numa noite inteira,
Derrotou todos os problemas.

Pessoas não gostavam do guerreiro,
Jogavam tomates quando ele passava,
Ele sofria,
Mas seguia sua caminhada.

Os dias corriam,
E o jovem achava que venceria,
E conseguiria como prêmio,
Sua amada para sempre,
Afinal,
Fez tudo que podia,
Pra não ter um triste final.

Entretanto,
Fora avisado que nada era real.
E que era apenas um filme.
O filme de uma vitória que nunca existiu.