quarta-feira, 30 de março de 2016

Heliodoxa aurescens


É, você gosta de uma estrela,
Daquela estrela,
Imponente, vermelha,
À tremular encarnadas bandeiras.

Não sabes tu, amada,
Que eu também tenho a minha estrela,
Cabelos louros, compromissada,
É meu beija-flor-estrela.

Tenho ao meu favor,
A chance de dar bom dia, boa tarde,
Boa noite, por favor?

Musa, admiradora de Lamarck,
Mas em termos de evolução,
Sou o próprio Darwin.
E usarei evolutivamente estes versos,
Pra tentar imitar de Djavan uma canção.
Mesmo sabendo que isto não dê muito certo.

O mais importante,
é que toda vez ao vê-la,
em retratos por aí,
Salutar seja consonante,
Desejar-te por aqui,
Minha doce e infinita estrela.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Culpa sua



Culpa sua,
Deixei meu destino,
Fiquei neste desatino
Tornando minha esperança desnuda.

Por onde andam seus conflitos?
Seus devaneios ? Suas loucuras?
Não vejo ninguém a chegar na rua
Meu prazer em um silencioso grito.

Perdi o seu nada,
Seu carinho que parece cilada,
Deixando minha torta estrada,
Sem graça e sem lógica, embora

Era tua explosão,
Que me excitava,
Nas chamas do teu vulcão,
Naquele escuro do quarto iluminava.

Agora zero me resta,
Sozinho na vida da festa,
Enchendo a cara,
Da bebida que esvaziei a taça,

Longe de mim,
Ficastes nas orgias,
Sendo de pessoas, alegoria,
E eu de longe observando neste botequim.

Outrora,
Pelo menos tinha a certeza da sua insanidade,
Da nossa finada realidade crua.
Hoje somos metáforas,
perto da deslealdade,
culpa sua.