domingo, 18 de março de 2012

Nem tudo que murcha morre.



Dias se passam
Meses se passam,
Anos se passam.
Frio ,calor,
Noite e dia,

E eu sou  o mesmo sentado no banco do ponto de ônibus com a mesma rosa murcha.

Você passou na minha frente,
Com outro com mãos entrelaçadas,
Mal viu minha presença,
E Até achou que no outro dia eu não estivesse
Acontece que,

Sou  o mesmo sentado no banco do ponto de ônibus com a mesma rosa murcha.

Estou mais maduro,
Mais em Deus,
Mais velho,
Sem mudanças radicais,

O mesmo sentado no banco do ponto de ônibus com a mesma rosa murcha.

Não tenho mais meus 15 anos,
Já passei dos 20,Estou perto dos 30,
Já não tenho a mesma vitalidade,
Me sinto até cansado e por isso estou...

Sentado no banco do ponto de ônibus com a mesma rosa murcha.

E as pessoas passam,
Se perguntam,
Porque todos os dias eu estou...

No banco do ponto de ônibus com a mesma rosa murcha.

Tenho meu carro,
Minha vida tranqüila,
Mas quando eu te conheci eu estava onde exatamente estou agora

No ponto de Ônibus com a mesma rosa murcha.

Fui até numa floricultura,
Vi belos buquês,
Mas ainda sim preferi,

A mesma rosa murcha.

Porque minha vida,
Meu ser,
Minha mente,
Minhas metáforas presentes aqui,
Minha alma e meu corpo
Sempre estará vivo,
Mesmo que a rosa esteja,

Murcha.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Nem tudo




Muita água prejudica os rins,
Muita bebida prejudica o fígado,
Muita droga prejudica o cérebro,
Muito ciúme prejudica a relação.

Tudo em excesso é prejudicial,
Aliás,nem tudo.

Posso ser o super-homem,
Defender-lhe das maldades humanas.
Posso ser seu Albert Einstein,
E lhe ajudar nos seus cálculos intermináveis.

Poderia ser um garçom,
Pra servir seu café na cama,
Poderia ser  um poeta,
E todo dia compor pra você.

Poderia eu ser um bom músico,
Para tocar no violão,
Suas preferidas canções.

Poderia ser um mudinho,
Pra na hora de uma briga eu não gritar,
Ou ser anti-esportista,
Pra não te trocar por um jogo de futebol

Poderia  eu ser um Ferrán Adriá 

E te fazer uma boa janta quando em casa você chegar.

Poderia eu fazer um treinamento de babá,
Para colocar nossos filhos pra dormir,
E não te dar tanto trabalho.

Poderia eu,
Começar a fazer planos desde agora,
Conquistar-lhe desde agora,
Para que tudo isso aconteça.

E assim sendo,
 resolvi começar...

Procurei á Deus,
Para ser um homem mais digno,
E você realmente ter alguém que te mereça.

Sendo eu trabalhador na área da saúde,
E saber qual medicamento correto,
E dar na primeira febre do nosso filho.
Para te acalmar.

Sendo eu,
Sincero sempre com você,
Em dizer que não sei dançar forró,
E que nunca fui devidamente conquistado,
E que nunca valorizei outrem,
Mas que em Deus estou aprendendo a cada dia.


Sendo eu,
Um péssimo “dobrador” de camisas,
Mas pedindo a minha mãe,
Um pouco de ajuda.
Pra quando casarmos eu ja ter aprendido a lição.

Sendo eu,
Escrevendo essa poesia,
E pedir pra você ler,
Porque tudo isso,
Acontecerá com você.

Sendo eu,
Um servo paciente de Deus,
Para que no momento certo,
Eu pegue na sua mão,
E comece a caminhar

Então,pergunto:

Tudo em excesso faz mal?
Você ainda acha?

O céu é o limite,
E Deus estará La de cima nos guiando.

domingo, 11 de março de 2012

Eu que não sei dançar forró




Na época de Shakespeare,
Não existia forró,
Romeu se declarava pra Julieta,
Sem sanfona,sem zabumba,
Sem zuada besta.

Queria eu trocar uma noite de forró,
Por uma de tango,
E que o forrozeiro,
Vá pra caixa bozó.

Calma amigo Uara,
É apenas um desabafo,
Talvez seja até incerto,
Mas não esquente a cabeça não,
Que vai dar tudo certo.

Serenatas apaixonadas,
Nunca teve um trio de sanfoneiro a acompanhar,
E como acabaram as singelas declarações,
Só ficou os pobres trovadores a se lamentar,
Como este que vos escreve.

E por falar em escrever,
O que dizer da letra?
Do "respeito" à figura feminina,
Muitas vezes desmerecida.
Ou então aquela boa e velha,
Dor de cotovelo,joelho e afins.

Até a boemia faz falta,
Os sambas de mesa,
As letras de Nelson,Herivelton , Ataulfo
Que deixavam o romantismo mais astuto.

Um pouco desinteressante para um  homem,
Não ser um bom passista de forró,
Mas de qualquer forma,
Eu tenho dó,
Em você achar,
Que eu ficarei só.



sexta-feira, 9 de março de 2012

Pretérito perfeito



Eu fui o primeiro a tocar sua alma,
E em seguida o teu corpo na mais profunda anatomia.

Eu fui o primeiro a ouvir seus choros,
E te dar em seguida a maior das alegrias.

Eu fui...o primeiro a te defender,
E em seguida comemorar vitórias com você

Eu fui,suas primeiras juras de amor,
E quem estava com você seja no frio ou no calor,

Eu fui seu primeiro ciúmes,
Seu primeiro amor,
O maior significado da palavra dor.

Mas eu  também fui o motivo dos seus sorrisos,
E dos beijos mais perdidos.

E hoje em dia,
O que eu sou,
É um “meus parabéns”,”feliz natal”,
E até o ano que vem.

Enquanto La fora, chove pingos de amor,
No meu coração,
São meros vidros estilhaçados a jorrar.
É preciso lembrar,
Que “fui”
É um verbo no pretérito perfeito,
Popularmente chamado de passado.
Romanticamente chamado,
De passado perfeito.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O teu melhor



E tu me falas,
E eu me calos,
E meus pensamentos cheios de calos,
De tanto pensar,Escrevo.

Tú deu o teu melhor...
Será mesmo?
Entregastes de coração?
Em oração?

O nosso coração,
É um lindo oásis divino,
Onde achamos que,
Em nos dedicar  demais a alguém,
Estaremos nos entregando ao máximo....

Na verdade,não.
A entrega é muito mais simples do que se parece.
O teu melhor,nem tu percebes,
Que deu de todo coração.

As coisas de Deus são sublimes,
E o teu melhor,
É sereno,leve,puro e limpo.


Então,
Na tua opinião,
Por ser cedo demais,
Você por medo,ou não,
Ainda não te entregastes de coração?
Verdade?

Será?
Pois eu sinto tuas batidas.
Pois o que realmente se concretiza na entrega,
Não é o que tu fazes,
Mas o que tu causas.


Tu fizestes pouco,
Pra você,quase nada,
Mas pra mim,
De uma maneira encantada,
Sinto o teu melhor,
Divinamente desapercebido.

Meus versos tinham acabado,
Mas resolvi voltar a escrevê-los.
Esses versos não são convencidos,
Nem estão julgando o que tu sentes,


Eles apenas expressam,
Que milagres acontecem,
E que pedras,viram flores,
E o meu gelo,
Virou fogo.

Com ou sem pretensão.
Independente dos dias posteriores,
Estarei feliz por não sentir dores,
Do seu “pouco grande” melhor
Nem tampouco dissabores,
Que não me fazem mais sentir-me só.