Até quando?
Me empurrarás?
Julgarás?
Pisarás?
Se é pra ir embora,
Irei com fé,
Força,
E foco no desconhecido.
Achas mesmo que mereço?
Achas mesmo que minhas lágrimas são vãs?
Achas mesmo que podes achar,
Alguém tolo como eu?
Escutas,
Aqui eu não fico.
E falo o que for preciso,
Pra me defender de teus castigos.
Falas de paixão,
Sem nem conhecer o que de fato é.
E açoita o pobre trovador,
Com orgulho ferido de uma mulher.
Perdão Deus,
Mas eu não permito,
Que meu trovadorismo,
Seja ferido.
Eu vou, eu fui, e sempre irei.
Assim será, assim partirei.
Sejas educada,
Dê boa noite ao menos,
Ou boa tarde,
Ou adeus.
Exagerado?
Talvez, Cazuza morreu feliz.
Morrerei também.
Apagam-se as luzes,
Os postes,
As luminárias,
Os candelabros e velas.
A noite cai e caio em teus braços.
Numa moldura do teu quarto,
Coloco-me em teus passos,
Pronto pra me entregar.
O paraíso é tua cama,
As nuvens, são os lençóis,
E se chover,
É apenas o nosso suor.
Não sei mais se sou teu flerte,
Namorado, amante,
Amigo , conflitante,
Apenas sei... que sou você.
Teus cabelos negros,
Passeiam pelo meu corpo,
E o incenso do quarto,
É nosso cheiro.
Nada será mais romântico,
Simples e objetivo,
Do que meu cheiro encravado,
Nos teus lençóis.
Na colcha da tua cama,
Na tua coxa,
Dentro de você,
No teu íntimo mais casto.
E se eu morrer,
Que tenha encravado em teu peito,
Em tua alma e no teu queixo,
Eu por inteiro.