sexta-feira, 17 de julho de 2015

Cegos que enxergam.


Que sorte em  enxergar,
De dentro e sentir o mar,
De fora e com toda força,
E de verdade alguém amar.

Querida anônima,
Enxergas como eu,
Com os olhos de dentro,
Deixando seu corpo ser jogado
 contra a rajada de vento.

Também sou assim,
De enfrentar tudo, todos,
De cegar os olhos,
Amando intensamente,
Alguém que não és tu.

A pessoa que me entreguei,
Só enxerga com os olhos de fora,
E acabou perdendo a hora,
do romance.

Queria muito,
Que apenas uma pessoa
Me olhasse com a alma,
Bem devagar e com calma.

Mas isso não aconteceu,
E alguém achar que amarei outrem,
Será meramente,

Engano seu.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

No lado centro-esquerdo do peito





E então fui acertado.
Entre grosseria e mentira,
Tive meu coração dilacerado,
Uma dor  tão conhecida e já amiga.

Amiga porque sempre aceitei ela voltar,
Voltar pra me desnortear,
Como uma canção que estoura meus tímpanos,
E me destruindo no meu mais dentro íntimo.

Amar não é doer,
Mas amar só,
É sofrer,
É adoecer.

Não existe nenhuma droga pra cura,
Quando a cura é estar sentindo dor.
Chorar, chutar o mundo,
Ter o orgulho próprio, desnudo.

São lágrimas,
Que não mais escorrem.
Pois mesmo que elas se formem,

Irão cristalizar, como meu coração.