sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Deveras complicado.


Falar do nosso caso,
Do nosso antigo caso,
Sem grande emoção,
É um descaso.

Eu,
Como homem,
Como trovador,
Como fiel amante e apaixonado,
Sempre fiz de tudo por você.

Mas...
A idade avança,
O cansaço também,
É sua família,
São suas amigas,
E segue minha sina.

Você sozinha comigo,
é algo perfeito,surreal.
Você perto de uma delas,
Ou deles,
Muda,
Como a água para o vinho.

Um vinho azedo,
Daqueles de dar ressaca,
Moral e fisiológica.
Uma pessoa metódica,
Que defende todos ao redor,
Mas esquece do seu melhor,
E o seu melhor sempre fui eu.

Sempre me aproximo de você,
Na mesma velocidade que me afasto.
Mas as coisas mudam.
Antes eu gritava,chorava,
lutava,em vão.
E me afastava,
Enlouquecido e entorpecido.

Então,
Parei.
No meio da rua,
No meio da multidão.

Não é isso que eu mereço,
Não foi esse jardim que eu cultivei,
Talvez a minha jardineira,
Tenha se disfarçado de você
E aí todos esses anos,
Eu me enganei.

Ou não,
Mas o melhor,
É ficar calado.
Observar,
Onde o meu mar vai me levar,
Ou simplesmente se irei me afogar,
Ou se alguma sereia irá me salvar.

Santa complicação.

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