quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Estilhaços

Estilhaços que ferem,
Que uma dor conferem,
Pontadas agudas no peito,
Na alma e na calçada.

Estilhaços de um vaso,
Quebrado com recordações,
Do volume mudo de nossas canções,
De um bem ou mal amado.

Estilhaços de uma taça,
Espatifada na parede,
E seu copo de aguardente,
Cheio de um amor dormente.

Estilhaços levados,
Pelo vento como poeira,
das coisas erradas que você cheira,
por aí numa sexta-feira.

Estilhaços de um botão,
Rompido pela pressa,
Do seu short tirado,
Naquele carro às avessas.

Estilhaços de tiros,
No vidro do meu quarto,
Atingindo apenas,
O meu ventrículo ao lado.

 Este tiro foi seu,
Que apenas em mim causou,
Desprezo e ,

Estilhaço.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Dores compartilhadas.



Com uma dor de dente,
Remete-me novamente,
à momentos sumidos e latentes.

Aqui estou eu,
Ao lado da cama,
Em um tamborete.

Não consigo dormir,
Ouço gemidos de dor,
estou preocupado com você.

Mas achei que estivesse olhando,
alguém deitado tão próximo assim,
só que ao meu lado, nada além de mim.

E como uma alma transcendental,
percebo que lágrimas caem,
assinando meu testamento. 

Lamento,
A analgesia afetou também,
o teu amém.