quarta-feira, 18 de julho de 2018

Meu guarda-chuva





O nada, não acredita mais...
...no amor.
Eu não, sou tudo,
Que fui, que sou.

Todo amor,
Todo calor,
Na adversidade,
Desta tempestade.

Nesta chuva que cai forte sobre mim,
Abraço-me, tentando inutilmente,
Buscando me aquecer,
Bem próximo de tudo desistir.

E desisto, de desistir.
Sigo no mesmo lugar,
Acreditando,
Esperando.

Preciso realmente me proteger,
De todo esse aguaceiro,
Que cai ligeiro,
Sobre a minha escassez.

Em tempos e tempos,
Telhados quebrados,
Buscam de uma maneira inútil
Acolher-me deste infortúnio.

Telhas que não so me molham,
Como caem na minha cabeça,
Trazendo-me a certeza,
Que a esperada decepção fora certeira.

Sangro, encharco-me todo,
Levanto-me e ao longe,
Vejo surgir, dobrando a esquina,
Algo a mudar minha sina.

Uma desconhecida se aproxima,
Uma mão acaricia a minha,
Na outra segura um guarda-chuva,
Poupando-me dos pingos na nuca.

Ao nosso redor,
Desaba um temporal,
Estamos aquecidos,
Lábios unidos.

Tudo lindo, tudo bem,
Que isso ainda não aconteceu,
Não obtive a certeza,
Da maior das riquezas.
O maior tesouro,
O que não se compra em lugar algum,
O diamante mais caro,
O sentimento mais raro.

Mas aqui estou a dançar na chuva,
Feliz, esperando você vir com o guarda-chuva,
Ser a minha vida,

Completamente toda tua.

3 comentários:

DENISE MEDEIROS disse...

Que lindo!

Nanda disse...

Perfeito!

Anônimo disse...

E um poeta mesmo