terça-feira, 31 de julho de 2018

Cartas pra ninguém



Oi, tudo bem?
Como vai por aí?
Por aqui,
Sumi.

No hemisfério Norte,
Tudo tranquilo?
Tudo ja foi dito?
Só está faltando mesmo a morte?

Estava lembrando de mãos
Entrelaçadas,
Contrariando minha vontade,
Docemente enjaulada.

Caixa postal inexistente,
Mas sigo escrevendo,
Enlouquecendo,
Cartas que voltaram latentes.

Tentei copiar esta frase,
Derrubei minha bebida,
Borrei tudo, que fase,
Palavra que desatina.

Estou novamente,
Me correspondendo,
Correndo,
Contra o vento e o tempo.

Carta que perfumo,
Aroma que impregnava,
Na costa tua,
Na cama nua.

Remente desconhecido,
Telegramas que voltam,
Dores que moldam,
Pânico amigo.

Então rasguei, amassei,
Ontem, outrem,
Amanha não sei,
Mas com certeza, ninguém.

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