domingo, 21 de fevereiro de 2010

Idéias alagadas


Chove torrencialmente.
Ruas alagadas,
Poças,
Moças,
Molhadas,
A esperar seu amor ou simplesmente,
Seu ônibus da volta.

Sigo dirigindo,
Visibilidade reduzida,
E com pensamentos a mil.

Segue a chuva,
Minhas idéias quase afundam,
De tanta água,
Mas sigo pensando.

Ouvindo RUB,
Me concentrando no que quero,
Ou acho que quero,
Ou gostaria de querer,
Ter.

Desligo o ar.
Frio.
Sem calor e só,
Com o banco do carona vazio,
Mergulho com minhas idéias em toda água que cai.

Quase o carro derrapa.
Aumento o som.
Escuto meu coração palpitar
Numa bradicardia de irritar.

Enfim,em casa.
Painho abre o portão.
Entro,
E como de costume,
Falar de política e do nosso "timão"(ABC).

Molhado,
Roupas a secar,
Cabelo alagado,
Idéias igualmente alagadas.

Tomo banho,
e janto,
ouvindo o barulho da chuva,
E vendo o córrego que se forma,
Na minha rua.

Pego caneta,
E um bloco de notas.
Nota-se,
Que estou inspirado,
Vendo a noite ser lavada pelos grossos pingos de chuva,
Penso,escrevo e escuto.
As gotas do temporal,
Á alagar meu mundo.

Termino aqui,
De versos lavados,
Alagados,mergulhados,
Nas incertezas da vida.

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